Se a seca extrema em que o país se encontra, era já o pronúncio que o o setor agrícola português estava prestes a entrar numa crise sem precedentes, o atual contexto mundial, o aumento exponencial dos combustiveis e matérias-primas, faz antever o pior dos cenários para o setor e a CAP ( Confederação dos Agricultores de Portugual ) exige assim uma intervenção imediata por parte do Governo português e da Comissão Europeia, para criarem um Plano de Resiliência Alimentar, cada dia que passa sem apoios concretos à produção são dias perdidos que condicionam o presente e o futuro do setor Agroalimentar.
De acordo com Eduardo Oliveira e Sousa, Presidente da CAP, “defendemos nesta reunião que a criação de um Plano Estratégico de Resiliência Alimentar para o setor, que acolha as medidas apresentadas pela CAP e, porventura, outras adicionais que o Governo entenda incluir, é a resposta adequada para fazer face às enormes exigências do atual momento. Estamos numa corrida contra o tempo e não estou certo de que o Governo compreenda inteiramente a situação de urgência em que nos encontramos. Sem viabilidade económicofinanceira, os agricultores, em algumas fileiras, podem mesmo ter de parar a sua atividade. Precisamos, por isso, que este plano tenha uma aprovação célere, sem prejuízo de algumas medidas poderem desde já ser colocadas em andamento.” A CAP apresentou ao executivo um conjunto de mais de 30 medidas, resultantes de um processo de diálogo com os seus Associados.
O setor Agro nunca parou durante a pandemia, se a produção travar a fundo, Portugal pode agravar o seu défice agroalimentar, passando a depender, ainda mais, das importações. Com o atual cenário internacional e toda a incerteza que lhe está associada, a curto-médio prazo podemos ter que enfrentar um cenário inimaginável e colocar em risco toda a cadeia agroalimentar.
No passado dia 3 de março, numa reunião de urgência realizada em Bruxelas na sede do COPA (Comité das Organizações Profissionais Agrícolas), que é a maior organização do sector agrícola Europeu, a CAP pediu a esta mesma comissão que tomasse medidas de caráter não financeiro, tendo em vista a obter derrogações sobre exigências da PAC (Política Agrícola Comum) que podem contribuir para mitigar esta crise gravíssima que o sector agrícola atravessa.
“A realidade agrícola portuguesa, sobretudo pelo contexto de seca, não é comparável com a realidade de outros países europeus. Por isso, é imprescindível que Portugal use todo o seu peso diplomático e político em Bruxelas para não venhamos a sofrer os efeitos de uma catástrofe a curto prazo”, afirmou o presidente a CAP.