Luís Mira, Secretário-Geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), organização com assento no Comité Económico e Social Europeu (CESE) – instância consultiva comunitária que emite pareceres sobre temáticas europeias dirigidas à Comissão Europeia, ao Conselho e ao Parlamento Europeu, fazendo a ponte entre as instâncias de decisão da UE e os cidadãos – interpelou hoje na sessão plenária deste órgão, o Comissário Europeu da Agricultura, o polaco Janusz Wojciechowski, propondo a criação de um Digital Rural Act.
Com efeito, a Comissão, para estimular o comércio e os serviços, criou o Digital Market Act e o Digital Services Act, para, respetivamente, estimular e regular estas atividades. Na sua interpelação ao Comissário, Luís Mira afirmou que “lamentavelmente, a Comissão Europeia, que fez bem em criar estes dois instrumentos, esqueceu-se do imenso território rural europeu, por este não estar abrangido por estas políticas. Por essa razão, o CESE vem pedir que a Comissão crie um Digital Rural Act que proporcione aos territórios rurais de baixa densidade populacional uma solução para não ficarem excluídos do processo de digitalização“. A proposta apresentada pelo CESE através do Secretário-Geral da CAP para a instituição de um Digital Rural Act, estabelece 3 eixos de atuação.
Nesta mesma intervenção, Luís Mira denunciou que a consulta pública que está a ser desenvolvida em Portugal, respeitante à futura Política Agrícola Comum, é uma “consulta de fachada, que está a ser realizada de forma supérflua e desprovida de conteúdo, apenas para cumprir um formalismo que, tal como está a ser feito, é inconsequente, pois o Regulamento de Base vai ser votado no Parlamento Europeu apenas no próximo mês e, como tal, não existe enquanto ato jurídico, o que impede o Ministério da Agricultura de Portugal de apresentar o seu Plano Estratégico (PEPAC), simplesmente pelo desconhecimento das regras“. Prossegue Luís Mira: “Não temos Regulamentos Secundários, não temos Regulamentos de Execução, não temos Regulamentos de Atos Delegados, não existe qualquer conhecimento oficial do seu conteúdo e o Ministério da Agricultura Português, o que está a fazer, é uma consulta a fingir, uma verdadeira consulta pública de fachada, o que é deplorável, e a Comissão Europeia deve estar consciente desta realidade“.
No final da sua intervenção, o Secretário-Geral da CAP deixou ainda dois apelos: